Não é importante como entra-se no palco da vida dos outros, importante mesmo é a saída de cena: dê um sorriso, comunique o fim do espetáculo preste a sua maior reverência, mas sobretudo, não conceda o “bis” a um público que o não mereça.
Charles Chaplin.
Você já se arrependeu por não ter dito algo, ou por ter falado demais?
Amores primeiros ou amores derradeiros?
A onde está o amor?
Quem mentiu por amor?
Qual a sua verdade sobre o sentimento amor?
Cadê as cinzas de suas memórias?
Qual a medida da sua nudez?
Chorou ou ainda vai chorar?
Qual é a dor que te desafia?
Qual é o tamanho da sua renúncia?
Você é omisso ou vive defendendo o seu silêncio?
Abra devagar a porta desse seu coração, seu dissimulado, criou um cativeiro emocional.
Será que me enamorei apenas de seus vícios?
Sim, renunciei a liberdade e perdi a minha autonomia.
Somente com você cheguei a ser eu, ou seria a distância que me fazia desejá-lo tanto?
Nunca te roubei confissão, você é enclausurado, fechado e reticente...
Me guardei para você, mas foi em vão, me esvaziei de mim, fechei a conta do nosso romance, passei a régua e paguei o preço.
Multipliquei a tua ausência dentro de mim, ao ouvir suas acusações e ofensas.
Possessivo, ciumento, quente, instável e mal humorado.
Você decididamente brigou com a vida, vive fumando para se acalmar, e eu louca para morrer e você louco para matar.
Fracassamos os dois! Fiz o impossível, mas mesmo assim não foi o suficiente, você pedia mais, e mais.
Nada aplaca a sua dor, seu cinismo, sua amargura, sua insensatez e suas fraquezas.
Sou uma incompetente em separações, não é uma questão de coerência, quando acreditamos que a relação acabou, na verdade só estamos procurando um outro jeito, de recomeçar.
O condicionamento errado do “unicamente coletivo”, me massacra: “Se eu tivesse”; “se acontecesse”; “se eu conseguir”; “então serei feliz”. Correto? Errado!
Se todos os seus “Se”... ocorressem prontamente, será que você seria feliz?
A hora em que você chega lá, descobre que tem uma outra porção enorme de “Se”, e assim passamos a vida inteira a nos defender, e acalentamos nossas feridas como um tesouro, atacando àqueles que procuram nos curar. Incrível, não?
Amamos, mas temos medo de amar, medo de sermos machucados, de sermos feridos pelo outro, e assim empreendemos esforços hercúleos para nos blindarmos e ficarmos imunes.
Alguns querem apenas ser amados, vivem mergulhados em seu egoísmo e carência afetiva, acoplados a mentiras e ambiguidades de toda ordem.
Intolerância e orgulho são máscaras daqueles que não conseguem serem generosos em sua competência ou incompetência para amar e ser amado.
Viciados um no outro, indefesos, sem imunidade, sem anticorpos, totalmente à mercê desse doce/amargo amor.
Declaramos aos quatro ventos, espalhamos esse amor, sem omitir um só pensamento, o olhar se declara ao mundo e o outro é a própria premissa do amor.
Dar... dar... dar... um coração doador com atestado inédito de paixão absoluta pelo outro ser.
Não tem mais conserto, a entrega é total, o risco também, contenta-se com migalhas ou com o nada.
É sexo e amor? É só sexo? É amor? Cadê a intimidade? Cadê a verdade?
Amar não é uma estrada de via única, é dupla mesmo, e com movimento intenso, uma dinâmica ativa, com expectativa genuína, autêntica, caso contrário, só sobra dor.
Afinal sentir amor é uma transferência direta para o outro, o amor não é seu, é do outro, não fica com você, vai direto para o outro.
“Eu te amo!” isso dói demais, esse amor escancarado, escrachado, desnudo e delirantemente inconveniente.
Aí que dor de amor!
Eu te amo... deixa cicatrizes, mágoas, incertezas, e no final sobra um bela de uma ferida sangrando a céu aberto.
Qual o crime? Amar demais!
Amar sem medida, sem rumo e sem nexo.
Você morre por amor, sua raiva explode, sabe que vai sofrer, vai ficar com ciúme, revoltado, desesperado, chorando com o coração partido, em frangalhos, estilhaçado, pisoteado e ainda assim pulsante de amor.
Levantei na ponta dos pés para o teu abraço, mas o beijo não aconteceu, senti o roçar de sua barba que nunca toquei, e que ficou eternizada em minha mente, essa moradora fantasma de meus mais doces e apavorantes pesadelos.
Senti um calor enorme, me debulhei em conta gotas de suor, soletrei baixinho o seu nome e chorei todas as minhas lágrimas.
Não houve beijo, não houve toque, só fantasias do silêncio noturno, uma agonia em desencanto, um beijo sem beijo, um gosto sem sabor, um desespero sem voz, um choro sem eco.
Morri dentro de mim, matei você no coração e em meu adorável cérebro.
Briguei com a minha própria alma, brinquei com a sua raiva, queimei minha identidade emocional, e você me despersonalizou, então joguei fora a minha razão.
Vesti seus pesadelos, abrindo mão de meus sonhos, perdi minha coragem e mergulhei nas trevas da solidão.
Caminhei no compasso do seu tempo, perdi a hora e me lancei em uma eterna espera.
Nenhum outro ser, nenhum outro homem despertou tanta fome em mim e olhe que nem sei como é o barulho de teus passos.
Que angústia, que insanidade, que desequilíbrio, essa tortura mental de desespero.
O script mudou, a melancolia é inédita, a obsessão também, estou pisando em gelo fino.
Tudo fora de lugar, não existe futuro, não existe dia seguinte, é o caos, uma antevisão do luto, uma premonição de morte em vida.
Ah! Um punhado de pequenas e minúsculas promessas? Uma cumplicidade não cumprida, isso é só uma abstinência da vida.
Vivendo de flash backs e luzes apagadas.
Impaciência, distorção do tempo e espaço, uma dependência de palavras mal elaboradas, um ódio mal contido, dois seres irritantes nessa intimidade.
Tudo sinaliza distância e afastamento, uma única e pequena cena de ciúme fabricada unilateralmente por você.
Vício da imagem, da voz, da personalidade um do outro, enlouquecendo nossos sentidos e cegando o espírito.
Insônia, isolamento, compulsão, inapetência, lágrimas e morte, somos assim incompletos, perdidos um do outro.
Queria filtrar a luz do seu olhar azul e contar todas faíscas de dor, de angústia e colher suas lágrimas para somar no cálice da minha dor.
A noite não é uma festa, é só silêncio, muita solidão e muita certeza de que o seu corpo foi feito para mim, uma completude, um encaixe perfeito, uma fusão.
Consciência absoluta da impossibilidade, uma fotografia autenticada pelo impossível.
Antagonismos e um eterno suplício captar a lógica um do outro.
Mesmo assim, eu o amo, somos incompatíveis, improváveis na essência, mais evidentes no desejo.
Somos conectados pelo instinto de macho e fêmea, uma divergente doação, onde travamos um duelo de vontades e que nos unem como ferro incandescente e fundido, tudo aquilo que a cultura e a palavra separam.
Infelizes nessa irracionalidade inoportuna, um verdadeiro descompasso de uma dança em desequilíbrio.
No inconsciente somos complementares um do outro, ardemos como uma fogueira desde a primeira palavra e não nos tocamos pela impossibilidade, mas a mente arrebata todos os improváveis e inesperados desejos.
Sofrimento... não existe a cumplicidade da confidência, somos dois estranhos vingativos, mas se você soubesse o quanto eu te amo.
A vida segue, você bloqueou todos os contatos, apagou todas as memórias, renunciou todos os laços de confiança, mergulhou fundo na insegurança absoluta do avesso da verdade.
Ah! você foi cruel, insaciável em sua fúria de domínio e de ternura esporádica.
Odiou com a sua implacável verdade e se escondeu em sua própria dor.
Filosofou o diálogo mascarou seu sofrimento, economizou nos sentimentos e pisoteou a razão.
Nunca terei o seu suor na minha pele e o raspar de sua barba em meu rosto, nem poderei ouvir sua voz gritar novamente o meu nome, em meio às chantagens amorosas e eróticas.
Insensato coração, morrendo de ciúmes de suas mentiras provocativas, mal educado, passional, estou morrendo de saudades de você.
Me perdoe, não te magoei por querer, te magoei por engano, te dei mais que um sorriso, te mostrei a minha alma.
Você me evita, me rejeita, me isola em seu silêncio, em sua defesa articulada e coesa, ao ponto de me recusar.
Que bom que você me nega, que bom que você me desafiou, preciso mesmo de um homem assim.
Insensível, lacônico e anestesiado, esse é você!
Dormi, consegui dormir depois de muitas noites insone.
O sono cura quase tudo, me curou de você!
E por fim, quero te agradecer do fundo da minha alma, você me ensinou uma lição preciosa, me ensinou algo sobre o qual eu nunca havia pensado: Você me ensinou que "beleza é um presente de Deus". Muito obrigada!
E por fim, quero te agradecer do fundo da minha alma, você me ensinou uma lição preciosa, me ensinou algo sobre o qual eu nunca havia pensado: Você me ensinou que "beleza é um presente de Deus". Muito obrigada!
Você meu íntimo estranho, você é único e eu não sou seu par, nunca te vi, mas sempre te amarei.
Deijone do Valle
Neuropsicóloga