Você sabe o que são personalidades psicopáticas?
Bem, são manifestações do comportamento de indivíduos que apresentam ainda que por motivos discutidíssimos, um desvio quantitativo de sua personalidade. Geralmente este desvio é desde a infância e acompanha todo o ciclo vital da pessoa.
O psicopata, não apresenta alterações qualitativas nos processos intelectuais, afetivos e volitivos.
Eu poderia dizer que tudo que existe no psicopata, existe também na pessoa considerada normal, a distinção que faço é em termos de proporção, ou seja de grau, exemplo disso, seria a personalidade psicopática criminal, onde existe uma escassez de valores morais e éticos, associados a uma acentuada agressividade e impulsividade, cujo resultado seria a conduta anti-social.
Estas personalidades psicopáticas variam ao extremo, o que evidencia em todas, são suas reações inadequadas frente a determinadas situações criando conflitos que por fim se revelam em sofrimento para outros e para a sociedade.
São aqueles indivíduos que não olham os meios para obter determinado fim e os seus fins são também discutíveis, alguns são extremamente dominadores, outros passam a vida toda se apoiando em muletas humanas para se beneficiarem.
Existe nestes indivíduos um nível de tolerância muito baixo em relação à frustração, que chega a nos surpreender, o seu querer é de uma intensidade assustadora, no entanto o psicopata só recorre a comportamentos criminosos, quando não consegue o que deseja por outros modos.
Desde a mais tenra infância chama a atenção uma anestesia afetiva em seus relacionamentos, rebeldia a figuras de autoridade, agressividade, impulsividade, capacidade de dissimulação, tiranização dos mais fracos, suplício de animais, atos de covardia, depredação de bens públicos e particulares, impulsos incendiários, tudo isto parece proporcionar-lhe um prazer mórbido.
Chama-nos a atenção a falta de auto-crítica, a falta de integração emocional dos valores morais, sociais e educacionais (normas, costumes, conceitos éticos).
Mente, rouba e mata se achar necessário, este feitio amoral permeia toda a sua vida pessoal.
Apresenta um freqüente descontentamento e irritabilidade, e tem sérias dificuldades em manter relações estáveis e construtivas, pois em geral carecem de sentimentos de valores (senso de responsabilidade, honra, respeito aos sentimentos e interesses alheios).
Você deve estar aí se perguntando: Eles já nascem assim?
Veja, as averiguações etiopatogênicas da psicopatia são variáveis, mas é fato que um ambiente desfavorável, como pobreza, lares desfeitos, ilegitimidade e defeitos educacionais, como um pai excessivamente autoritário, uma mãe extremamente tolerante e que satisfaz todos os desejos, é possível que o resultado seja um psicopata.
Há relatos na clínica médica de casos de encefalite e psicopatia, são quadros pós-encefalíticos e desvios de conduta, indicadores de prejuízo das funções de auto-crítica.
A verdade é que esta questão sobre a etiopatologia da psicopatia, permanece aberta às discussões e pesquisas.
A orientação freudiana para a psicopatia, a explica como resultado da falta de internalização do superego (um dos componentes da estrutura psíquica, responsável pelo nosso conceito de “certo” ou “errado”, ou seja, o superego representa a herança sócio-cultural).
Leopold Bellek já dizia: “um continum biopsico-sociológico, que vai da extrema organicidade à extrema psicogenicidade”.
É ai que você me questiona: Psicopata se regenera?
Bom, regeneração é algo que psicopata não assimila emocionalmente, não se observam em psicopatas sentimentos de culpa, suas racionalizações justificam a seus olhos a conduta criminosa.
Quando privados de liberdade ou encarcerados, acentua-se a sua revolta contra a sociedade que o pune por um crime, pelo qual não se sente responsável.
Atenção especial se deve dar às relações humanas dos psicopatas, são superficiais, e quando profundas, revelam-se intensamente destrutivas, pois são totalmente egocêntricos.
O prognóstico de psicopatia é sombrio e grave, comporta sempre um difícil teste para psiquiatras, neurologistas e psicólogos, e mais uma vez Freud vem em meu socorro: “Saber aceitar frustração ainda é uma condição essencial para a sobrevivência emocional e uma garantia de bom ajustamento interpessoal”.
Colocar limites para nossos filhos é fundamental!
Dra. Deijone seus artigos são excelentes, com informações muito interessantes e esclarecedoras. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada Lídia, é um prazer tê-la como leitora de meus artigos.
ExcluirDra. Deijone, como sociólogo que sou reconheço a genialidade do seu artigo. Parabéns.
ResponderExcluirNonato Beckman
Deijone, gosto muito de ler seus artigos, sempre bem escritos e ricos de informações. Obrigada por dividir seus conhecimentos com tanto carinho! Um grande abraço! Kariny Rezende.
ResponderExcluirExcelente artigo. Sera muito util para as pessoas que desejam entender esta doença, e oportunidade de interagir com quem estudou o assunto. Parabens. Dra Sonia Regina
ResponderExcluirDeijone, Otimo artigo, você escreve bem seus artigos, ricos em informações. Parabéns. Ezequiel Alves
ResponderExcluirObrigada Ezequiel!
ResponderExcluirSeja bem vindo.
Deijone do Vale
Dê, que ótimo artigo! Elogio não só o conteudo, mas também as citações, a maneira universal da escrita e a objetividade junto com a clareza. Parabéns por este artigo íncrivel!
ResponderExcluirUm abraço de um amiguinho de Brasília!
Caio.