“Onde estava
o id, ali estará o ego”
Sigmund Freud
Penso que uma grande parcela dos profissionais da
saúde e mesmo da população em geral, separa o paradigma científico, de tudo
aquilo que se refere à espiritualidade, e que esta é apenas um pressuposto da
fé, nada tendo a ver com a ciência.
Será isso verdade?
Não podemos esquecer que é a própria espiritualidade
que nos fornece significados valiosos sobre nossa finitude e vida depois da
morte.
Para você é estranho abordar a espiritualidade na
prática clínica?
Respondo: não, absolutamente não! Não mesmo!
Tratar e cuidar da saúde física e mental não basta, é
preciso mais, muito mais do que somente corpo, mente, vontade e emoções, é
preciso cuidar também do espírito, não é mesmo?
Nós profissionais da área de saúde, resistimos em
adentrar a seara da espiritualidade na prática clínica.
E as necessidades espirituais de nossos pacientes?
Esta não necessita de cuidados?
Não, por nós!
Por que não?
Deixar isso para os religiosos?
Por que não, você? Ele é seu paciente, que é também um ser
espiritual e suas crenças, influenciam em decisões sobre o seu tratamento:
(cooperação, transfusão de sangue, mudança no estilo de vida, aceitação de tratamento
psicológico ou psiquiátrico, doação de órgãos, desligamento de aparelhos de
suporte de oxigênio ou alimentação, entre outros).
Afinal, quais são mesmo as suas crenças espirituais?
Você é ateu? Agnóstico? A escolha é sua
mesmo.
A verdade é que existem barreiras entre os profissionais
de saúde e paciente, e isto dificulta a investigação das necessidades
espirituais, como parte dos cuidados em saúde e melhoria da qualidade de vida.
Sinceramente, as faculdades de psicologia, enfermagem,
medicina e outras áreas da saúde deveriam investir na grade curricular de graduação a
temática da espiritualidade.
Precisamos também aprender a orar com e para nossos
pacientes.
Sofrimento, dor, seja física, moral ou psicológica tem
tudo a ver com espiritualidade e saúde.
E por falar em dor, você sabe o que é resiliência?
Algumas pessoas são capazes de superação, caem,
levantam e não se deixam abater.
Sabem manter a serenidade diante da morte, da solidão,
da perda do emprego, do divórcio, da traição, do estresse, da doença e tantas
outras adversidades.
O termo resiliência vem do latim “resílio”, é um
conceito da física, a capacidade de um material voltar ao seu estado natural
depois de passar por uma grande pressão.
Este conceito aplicado à conduta humana, sinaliza a escolha entre cair e ficar
prostrado ou levantar e construir. E então?
Mais uma vez, você pode escolher, pois mais uma vez
também, a escolha é sua.
A resiliência é
uma competência interessantíssima na hora de encarar de frente os desafios do
dia a dia, a pressão e o stress.
Nossos limites são testados constantemente, é um chefe
injusto, uma disputa judicial, um prejuízo financeiro, uma perda
inestimável de uma pessoa querida ou
limitações impostas por uma doença ou envelhecimento.
Aprenda a regular suas emoções, mantendo-se sereno em
situações conflitantes que nos tira a paz de espírito.
Procure e encontre algo positivo para se apoiar até o
momento de recuperação ou superação.
É como diz o dito popular: “Levanta, sacode a poeira e
dá volta por cima”!
Transformar experiências negativas em aprendizado é a
chave.
Superar traumas e ainda tirar proveito aprendendo,
adaptando e criando, é para pessoas resilientes, aquelas que sabem transformar
o caos em oportunidades de crescimento e criatividade.
Exercitar a capacidade de suportar bem a pressão e
resolver problemas, são características de indivíduos resilientes, que no final
conseguem sair fortalecidos pelo embate.
Esta capacidade pode ser aprendida e desenvolvida ao
longo da vida, é preciso boa vontade para manter um alto nível de tolerância,
traçar, definir metas, aprendendo a cultivar o otimismo, a empatia e assim
fortalecer sua estrutura emocional.
Ser flexível diante da tensão e construir uma
interação saudável com outras pessoas, mantém o equilíbrio e auto-regulação dos
impulsos do sistema neuromuscular, controlando a intensidade das emoções de
forma a manter vínculos interpessoais, promovendo a amizade, companheirismo,
cooperação, comunicação e foco nos objetivos de vida.
Qual é o seu tendão de Aquiles? Cuide melhor de seus
pontos vulneráveis.
O autoconhecimento é uma base sólida para provocar
mudanças.
Na hora de sua morte, que mão você gostaria de ter
entre as suas?
Deijone do Vale
Neuropsicóloga
Deijone,
ResponderExcluirConcordo que os profissionais da saúde tem que olhar o seu paciente como um todo, não somente a sua doença, temos que levar em conta sua crença, cultura, criação e seu modo de ver a vida...
Ótimo texto!!
Marcela Mikaelly
De acordo com a Antropologia, a cultura; ou seja, crenças e valores, influencia diretamente a vida dos indivíduos nas mais variadas esferas, principalmente na saúde. Em muitos estudos de caso, comprovou-se em culturas, ditas primitivas, que uma determinada crença, mesmo que sem comprovação científica, levava muitos a contraírem enfermidades. Nós os ditos “civilizados” também sofremos influencias diretas do nosso estado de espírito, que como sabemos pode trazer sérias implicações para nossas vidas.
ExcluirNonato Beckman.
Sociólogo.