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domingo, 30 de junho de 2013

BULLING - Parte II


O Bullying é comumente praticado entre crianças nas escolas, mas também pode acontecer no ambiente de trabalho, na família ou entre vizinhos e, tratando-se de pessoas adultas, o combate ao bullying é muito mais complicado.

A prática pode começar de forma considerada inocente como risadas, empurrões, fofocas e apelidos, mas em alguns casos pode tomar proporções trágicas com agressões físicas,  psicológicas, assassinatos e suicídios.

Preocupada com essa situação venho disponibilizar a palestra na íntegra, clique no link da Apresentação sobre Bulling.

Abrace essa causa, você também é responsável, deixe seu comentário no blog.

Deijone do Vale

Neuropsicóloga

terça-feira, 18 de junho de 2013

É UMA ATITUDE!




“Alimente sua fé e os seus medos vão morrer de fome”
 
 (Autor desconhecido)
 
 
  

Se você pudesse voltar no tempo o que faria ou o que deixaria de fazer?
 
Você tem disposição para correr riscos?
 
Você não pode cavalgar em um cavalo morto... ou pode? A menos que você o ressuscite, não é mesmo?
 
Qual é o seu desafio  hoje?
 
Que paredes te limitam?
 
Atitude! essa palavrinha é um verdadeiro desafio, envolve habilidade e motivação. 

Considere neste exato momento a sua atitude, o seu modo de agir, seu comportamento, seu propósito, sua maneira de se manifestar face ao desafio.
 
Vamos examinar: O que é realmente uma atitude?  Como você classificaria sua atitude?
 
Atitude é um sentimento interior expresso pelo seu comportamento, sendo assim, atitude pressupõe ação, movimento, basicamente nossa atitude é a diferença entre ser bem sucedido ou fracassar.

Conta-se que dois prisioneiros olhavam através da grade de uma prisão. Foi perguntado o que viam... o primeiro olhou para baixo e respondeu, vejo lama, o segundo olhou para cima e disse, vejo estrelas.
 
A grande diferença está na atitude! Nossa atitude pode nos proporcionar uma incomum perspectiva positiva ou não, depende do seu olhar. É tudo uma questão de atitude. 

Não ter atitude frente à vida, vem do medo do fracasso, mas muitas vezes é falhando que você aprende, e quem nunca cometeu um erro, provavelmente nunca fêz nada.

Medo de ser criticado?
 
O alarme emocional que é bloqueio mental certeiro é o tal do medo. Temos medo do desconhecido, ninguém gosta de sair da zona de segurança.
 
O medo pode nos paralisar, não deixe, mantenha seus olhos e ouvidos atentos e sua mente aberta ao novo.
 
Previsões sombrias?  Enfrente!  Mudar é essencial para crescer, não deixe que lembretes de insuficiência te paralise.
 
Uma barracuda foi colocada em um aquário com divisória, depois de bater o nariz várias vezes, ela  desistiu e nunca mais voltou, mesmo depois da divisória ser removida.
 
Assim somos nós, colocamos  barreiras imaginárias e desistimos, por uma auto imposição de limitação.
 
Não seja vítima de sua atitude, é uma questão de escolha: olhar para baixo e ver apenas lama ou olhar para cima e ver o brilho de um céu estrelado.
 
Elimine algumas atitudes de sua vida, tipo, “eu não consigo”, “se”, “não acredito”,  “é impossível”. Substitua-os por:  “eu consigo”,  “Deus pode”, “eu acredito”.
 
Tenho duas notícias para te dar, uma boa e a outra má: a má notícia é que o sofrimento tem que ser grande o suficiente para motivar o desejo pela mudança,  a boa   é que se você hoje está desesperado e necessita urgentemente mudar, você é candidato a um milagre, afinal vencedor exige  uma atitude de vencedor.
 
Mude mesmo e rápido seus padrões de pensamento, aquilo que mobiliza a nossa atenção, determina as nossas ações.

Tenha uma atitude mental  de abertura, esta disposição permanente de investigar, confrontar seus desafios, afinal atitude é uma postura psicológica ligada a percepção e que nos mobiliza à ação.
 
Seja perseverante, não desista de seus sonhos, objetivos, seja um eterno aprendiz, estabeleça novas conexões e analogias e dê  a tudo um toque de originalidade... você pode! Não deixe sua mente ser obstruída por não se permitir trilhar novos caminhos, então? Mude de direção!
 
Tenha atitude, fuja da passividade, ignorar a multidão não é fácil, buscar novas trilhas também não.
 
Nossos bloqueios mentais são construídos com nossos temores, frustrações, ansiedades, angústias, são fronteiras da mente projetadas pelas nossas emoções condicionadas e que cegam nossa visão e percepção.
 
Esqueça a onipotência, você não pode tudo, você é um ser humano e a onipotência é um atributo incomunicável do ser divino, diferente dos atributos comunicáveis como a determinação, perseverança, prudência e tantos outros.
 

Sempre que penso em atitude, me recordo de quando eu era criança e antes de apontar o dedo para escolher eu cantava: “Uni, duni, tê, salame, minguê, um sorvete colorê, o escolhido foi você”...  a escolha do parceiro de brincadeira era favorável, outras vezes não era quem eu queria. Ter atitude requer seriedade e cuidado, existe uma grande diferença entre tomar decisão e ter atitude.
 
 
Mudar é colocar em risco as nossas certezas, e de vez em quando podemos e devemos romper a coerência do óbvio, nos aventurando ao mundo de possibilidades, respondendo ao dilema descartiano de Shakespeare: “to be or not to be”.
 

Somos condicionados pelo pensamento linear, e as vezes torna-nos difícil vislumbrarmos dimensões diferentes das habituais, mas quem sabe, conservando o princípio Kantiano do Aufhebung, não somente substituindo, mas também integrando.
 
Escolha a sua atitude, pois no final seremos o resultado de nossas escolhas, ou veremos as coisas como elas verdadeiramente são.
 
 
 
Deijone do Vale
 
Neuropsicóloga



segunda-feira, 10 de junho de 2013

RAÍZES EMOCIONAIS DA ESPIRITUALIDADE



“Enquanto houver vida, tudo pode ser mudado, mas a morte é imutável”.
   
Deijone do Vale

Sentir compaixão... Com (paixão), este pesar que nos é despertado pela dor do outro.

Você já sentiu compaixão por alguém?

Compaixão (misericórdia), ter um coração que se compadece (miserum cor), frente à miséria do outro?
Ah! Mente humana... talvez o ponto mais vulnerável de nossa humanidade, é onde acontece, ocorre os maiores enganos, fantasias, desejos e morte...

É exatamente em nossa mente que guardamos, arquivamos e acalentamos preconceitos, teorias, mitos e outras tranqueiras inúteis...  uma mente não renovada!

Certamente, o nosso fabuloso cérebro nos trará prejuízos incalculáveis, se não dermos uma turbinada na renovação da nossa mente.

A mente humana é capaz de distorcer pontos de vista, ações e atitudes de tal forma que mal reconhecemos como sendo nossos.

A mente também pode limitar, bloquear e nos desequilibrar, tornando-nos obstinados, sem visão, acorrentados, por isso é necessário urgência em sua renovação.

Como são as suas experiências mentais? Pensamentos maus? Confusos? Impuros? Memória enfraquecida? Pouca concentração? Ideias incontroláveis? Obcecado por preconceitos? Porque tudo isso? Não sabe?

Falta de controle sobre si mesmo. Temos capacidade para verificar se esses ou aqueles pensamentos nos pertencem ou não.

Lembre-se sempre: Sua mente pode ser um campo minado, então...? conclua, você mesmo!

A não ser que exista uma causa natural, por exemplo, alguma doença, do contrário, está ocorrendo um engano, seja esperto, descubra rápido.
Exercite sua mente, não a deixe vazia, pense, raciocine, questione, reconheça.

Intuição? Muito, muito bom, essa você deve levar em conta, é espiritual, sabia?

Quando  tiver uma  intuição, fique alerta, pois muitas vezes é o oposto do que a sua mente racional ou emocional acata.

Não discuta com a sua intuição, teste-a pela sua consciência e aí decida calmamente. O termômetro é a paz interior.

Batalhas começam na mente!

Você sabe como os esquimós caçam e matam lobos selvagens?

Isto vai te acrescentar uma imagem bem realística e te dar uma ideia clara de como nossa mente ou nossos instintos nos enganam.

O esquimó esfrega sangue animal fresco em sua faca afiadíssima e deixa secar, posteriormente acrescenta outra camada de sangue, e vai deixando secar, e assim sucessivamente, ele vai acrescentando camadas de sangue na lâmina de sua faca, até conseguir uma camada bem espessa de sangue congelado.

Sendo assim, o caçador enfia o cabo da faca na neve com a lâmina virada para cima.

Nossa mente funciona como o olfato do lobo selvagem, altamente sensível, um faro agudíssimo, e quando capta, sente o cheiro fresco da isca de sangue congelado, o lobo começa a lamber...

Leitor, imagine  em sua mente emocional e racional, uma bela noite no Ártico, um animal selvagem, tanto quanto a mente humana pode ser, muitas vezes insondável, lambendo...  lambendo...  lambendo agora vigorosamente, cada vez mais rápido...  esta velocidade o leva à lâmina afiada...

Era uma vez.... uma noite gélida no Ártico...  a ânsia do lobo (mente humana), pelo sangue é tão intensa que ele não sente a lâmina cortante em sua língua, e nem reconhece o instante em que a sua sede insaciável por sangue, está sendo satisfeito com o seu próprio sangue quente.

Logicamente, o apetite carnívoro do lobo selvagem acaba por matá-lo. E quando amanhece no Ártico, ele está morto na neve coberta de sangue.

Assim, somos nós, morremos pelo mesmo padrão do lobo no Ártico, desqualificados pela nossa mente, somos consumidos pelos nossos desejos.

Esse limite entre a psique e o soma é tênue e é uma batalha desafiadora, o que implica a busca humilde e despojada da nossa humanidade pelo espiritual.

Condutas humanas geralmente têm raízes emocionais, mas nossa essência é espiritual e transcende o naturalmente humano e visível.

O próprio aparelho psíquico se assenta sobre pilares conscientes e inconscientes, formadas por sentimentos e sensações ilimitadas, mas a espiritualidade ultrapassa os estreitos limites de nossa humanidade.

Olhares distintos entre mente e espiritualidade promovem encontros: mente e espiritualidade.

Raízes emocionais e espiritualidade?

Pois é, seria como cruzar um elefante com uma girafa? Girafante? Estranho, não?

Isso é um grande desafio, mas é certo que a psiquê humana pode e deve ser renovada na busca e encontro do espiritual, e a partir dessa perspectiva, aliamos ao nosso ponto de vista, um olhar externo ao interior do homem.

Cada ser humano carrega dentro de si, uma montanha de vivências, experiências, sonhos e esperanças, é um todo vivo e articulado, que necessita ser justificado.

Olhando hoje, a medicina e suas tecnologias de ponta, as técnicas da psicologia, as refinadas imagens de mapeamento cerebral e do genoma humano, nenhuma pôde ainda ler os pensamentos dos homens e o que dizer dos conteúdos inconscientes?

É... investigar experiências subjetivas das pessoas é bem difícil, não é tarefa fácil.

As neurociências estão caminhando... pesquisando, mas somente você poderá identificar quais são as suas possibilidades em seu projeto existencial.

No nosso cérebro existe uma estrutura denominada de amígdala, uma substância cinzenta que fica na porção anterior do lobo temporal e que mantém amplas conexões com o hipotálamo (controla a maioria das funções vegetativas, endócrinas, comportamentais e emocionais do corpo) e o restante do sistema límbico (responsável pelas emoções: prazer, raiva, sexualidade, medo...), a amígdala é considerada a janela do sistema límbico, onde se vê o indivíduo no mundo.

Dessa forma as raízes emocionais permeiam ações, intenções e buscas.

Renove então, sua mente, mude de mentalidade, com paciência e determinação.

Examine  padrões de pensamentos e pontos de vista, e por fim, descarte argumentos meramente racionais ou meramente emocionais.

Exerça vigilância sobre sua mente, ouça sua consciência e siga a sua intuição.

No reino natural existe lei, no espiritual também, mas tem um princípio que vale para os dois, é que cada ação corresponde a uma reação.

Estratégia Nº 1: “A verdade liberta”!

Deijone do Vale
Neuropsicóloga

terça-feira, 4 de junho de 2013

PSICOSSOMÁTICA – Uma Emoção a mais...




“Ninguém é uma ilha completa em si mesma; todo homem é um fragmento do continente, uma parte do todo.”
                                                  John Donne - (poeta inglês, nascido em 1572)

É inquestionável a influência das emoções sobre o nosso corpo, muito embora os aspectos orgânicos e hereditários sejam reconhecidos na etiologia das doenças.

Acho... Não! Tenho certeza, estou sentindo nostalgia! Esse termo “nostalgia” é uma condensação das palavras gregas “nostos” (retorno) e “algos” (dor), uma expressão da incapacidade de elaborar um montante de dor ou sofrimento, que vem na experiência de sentir saudade.

Isso me remonta à escravatura, quando os escravos degredados, adoeciam com o Banzo, uma melancolia profunda, uma nostalgia mortal que acometia os negros africanos, longe de sua pátria.

Esse “quantum” de dor é algo específico para cada indivíduo, e que constituem o seu estilo peculiar de elaborar a própria dor.

Tudo está enraizado em uma selva de vínculos, que dão forma a gestalt e quando esta se modifica acarreta também uma modificação do todo.

Por detrás de um sintoma, subjaz uma situação de conflito, do qual emerge a doença como uma tentativa fracassada de resolução.

As neurociências reconhecem a primazia da afetividade no funcionamento cerebral e de todo o sistema nervoso e imunológico.

As doenças quando permeadas por um conflito emocional agravam-se sobremaneira.
Afinal, ninguém aprende a andar sem levar uns tombos e arranhar os joelhos ou mesmo fraturar algum osso, da mesma forma a nossa afetividade, ela é um processo contínuo de aprendizagem que pode ser por tentativa e erro ou uma somatória de experiências frustrantes ou não.

Bloqueio da expressão afetivo-emocional poderá gerar ansiedade que se liga aos fenômenos metabólicos e vegetativos do organismo.

Fatores emocionais são capazes de desencadear processos orgânicos, por exemplo, um indivíduo com raiva, faz com que a sua pressão arterial se eleve e isto poderá torna-se um círculo vicioso e se transformar em uma hipertensão crônica.

Cada um faz a doença que pode, ou seja, em cada indivíduo, a orientação emocional se expressa na escolha do território somático.

Veja, quando analisamos o caráter e temperamento dos indivíduos que exibem doenças psicossomáticas, um hipertenso é assinalado com frequência como  portador de uma personalidade dominante e hostilidade reprimida, já um asmático, pode ser alguém altamente agressivo, embora oculte sua ira, por uma aparente timidez e docilidade.

Essas observações da sintomatologia das doenças são expressas de conformidade com fatores emocionais, e quanto mais nervoso e agitado, mais os sintomas se agravam.

O quê? Úlcera gástrica? Refluxo gastroesofágico? Disfunções estomacais?

Estudos psicológicos revelam que seus portadores, são indivíduos tensos, excessivamente conscienciosos, frequentemente exigentes consigo mesmo, mascarando um sentimento profundo de dependência.

A energia emocional é capaz de determinar estados ulcerativos da mucosa gástrica, pois as emoções afetam o estado vascular, motor e secretor do tubo digestivo. Além disso, foi verificado que sentimentos de vergonha, provocam aumento da secreção gástrica ácida, e se persistirem é possível o desenvolvimento de úlceras pépticas.

A verdade é que tensões emocionais, principalmente ansiedade prolongada altera o funcionamento do sistema nervoso autônomo e o próprio metabolismo, sendo capazes de determinar alterações secretórias do estômago, favorecendo o desenvolvimento de disfunções do aparelho digestivo.

Daí a necessidade de se conhecer o elemento emocional na cadeia etiopatogênica da úlcera gástrica ou do refluxo esofágico.

A realidade emocional do paciente costuma fornecer indicadores dos sintomas psicossomáticos que pioram em ocasiões, em que é submetido a situações de pressão, stress ou realidades penosas e adversas.

Quando se realiza um tratamento medicamentoso sem êxito, pode se pensar na natureza psicogênica da doença e promover também o tratamento psicológico.

O conhecimento da personalidade e padrão de reação individual, de modo a lidar com as emoções, são elementos diagnósticos preciosos.

Quando o paciente é o último a compreender que a doença reside na sua incapacidade de lidar com os seus problemas emocionais, torna-se difícil estabelecer uma ordem e segurança em sua qualidade de vida.

Interpretar os resultados de exames físicos, laboratoriais ou complementares deve vir acompanhado com a compreensão da personalidade do paciente.

Cada pessoa reage ao sofrimento orgânico/físico de conformidade com a sua realidade emocional, e que por sua vez também, interfere no fisiológico.

A psique humana é como um bosque de pulsões obscuras a se manifestar por intermédio das doenças, lapsos de linguagem e das neuroses.

No nosso íntimo existe uma luta titânica entre interesses conflitantes, seja pelo anseio de prazer ou exigências morais que nos norteiam.

Desmascarar no plano da consciência tais conflitos internos é um caminho estreito, mas firme, para a reparação de distúrbios psíquicos, verdadeiros ninhos de vespas, quando estes conflitos interiores são inexplicados e recalcados.

A dimensão psíquica está entre o insondável limite biológico, entremeado nos trilhos da mente inconsciente ou consciente e que se manifestam através de doenças psicossomáticas, numa expressão individualizada de seu “tendão de Aquiles”.

Como você tem pescado nas águas do seu inconsciente?

Dependendo da profundidade, que tipo de peixe, tem apanhado?

Conhecer os seus limites, fraquezas e potencialidades e poder expressá-los é vital, e isto implica numa busca contínua e permanente daquilo que é singular no universalmente humano.

Vida longa e boa saúde, para você!

Deijone do Vale

Neuropsicóloga