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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

ENCERRANDO CICLOS : (relacionamentos, situações) ... Vivendo o novo nas crises...

 


 

“Há duas maneiras de sermos enganados: Uma é acreditar no que não é verdade e a outra é se recusar a acreditar no que é verdade.”

 

Algumas condições do nosso paradigma psicológico é fruto de vivências e experiências, com seus fatores motivacionais personalíssimos conscientes e inconscientes. 


Nosso mundo interior reflete e reage através das ações disparadas pelo sistema límbico, esse espetacular cérebro emocional com suas estruturas crivadas de emoções e sensações viscerais em resposta ao mundo externo.

 

O sistema neural através de seus mecanismos de conexões e de uma rede de sensações prontas a ativar um leque multicolorido de memórias emocionais, capazes de promover o controle ou descontrole, se desorganizando através de sequestros emocionais, que bloqueiam as defesas racionais e lógicas.

 

Sequestros neuronais tornam-nos destrutivos em nossos relacionamentos, defensivos ao menor sinal de alerta, ao ponto de cometermos erros grosseiros, sedimentados em duelos emocionais, que expõe pontos vulneráveis de nossa memória emocional de alto impacto, totalmente disfuncional e desadaptado.

 

Quando a interpretação do sistema límbico é coerente com padrões lógicos e assertivos, nossas habilidades emocionais são compatíveis com a realidade, e promove comportamentos efetivos no enfrentamento de situações adversas, numa perspectiva favorável e ampla do nosso aqui e agora.

 

Uma consciência clara e centrada no princípio da realidade e não no princípio do prazer imediatista, fortalece atitudes e condutas que nos impulsiona à vida, renovando nossa energia vital e promovendo mudanças na bioquímica cerebral, liberando porções de dopamina que irão ativar os circuitos neuronais com uma deliciosa sensação de plenitude.

 

Estamos enfrentando uma crise mundial, provocada pela pandemia que afeta a todos, gregos e troianos nesse tempo de Coronavírus.

 

Você se sente em crise?

Quem é você diante da crise?

 

Geralmente crises tem o potencial de provocar mudanças profundas, crescimento,  amadurecimento emocional e grandes aprendizados.

 

Crises de certa forma expõe nossa dignidade, pode nos assombrar e revelar o nosso calcanhar de Aquiles, mas crise é também um lugar de aperfeiçoamento, onde faremos descobertas incríveis que não puderam ser encontradas na placidez de uma vida, mas no caos.

 

Crise exige posicionamento, e é natural sentir medo, mas não é normal viver com medo, por isso nossas ações e reações devem ter o foco na fé, que impulsiona e fortalece nosso espírito e também, na verdade da Palavra de Deus, como está escrito em 2 Crônicas 20:17 – “Vocês não precisaram lutar nessa batalha. Tomem suas posições, permaneçam firmes e vejam o livramento que o SENHOR dará, ó Judá, ó Jerusalém. Não tenham medo nem desanimes. Saiam para enfrentá-los amanhã, e o SENHOR estará com vocês.”

 

Quando eu era uma estudante de Psicologia, numa certa tarde, encontrava-me nos corredores da PUC (Pontifícia Universidade Católica de Goiás), rindo e tagarelando banalidades em um grupo de matadores de aula, enquanto minha aula acontecia...

 

Meu professor de Psicologia Social, um jovem padre na época, me viu, aproximou-se, me olhou firmemente nos olhos e disse:  ”Deijone, se o cedro do Líbano está assim, o que será dos pinheirinhos? 

 

Devo ter corado de vergonha!  Assumi imediatamente, minha posição de aluna disciplinada e voltei para a sala de aula, pensativa e envergonhada. Essa foi uma grande lição!

 

O nosso posicionamento é fundamental em qualquer situação, e jamais devemos abrir mão de nossos valores, e o caráter deve ser o reflexo desse comprometimento. 

 

Posicionamento é tudo, ele te identifica e autentica suas prioridades, sendo uma chave para abrir espaço diante de novos níveis, novos ciclos e até novas dimensões.

 

As estações da alma precisam ser renovadas, ambientes mudados, algumas portas fechadas e outras abertas, esse movimento é necessário para um tempo novo.

 

É necessário também, maturidade para dizer adeus às pessoas e situações, deixe para trás, confusões, mal entendidos, vá embora com classe, sem gritaria, sem silêncios raivosos, sem palavras indelicadas, mas com leveza, honra e respeito, isso te fará mais forte, mais resoluto, sobretudo, demonstre gratidão, pois ela é um bálsamo para a nossa alma.

 

Fechar portas e encerrar circunstâncias, nos fala de propósito de vida, isso é importante para que o novo se faça presente, seja descoberto e ampliado através de um novo olhar e uma nova consciência.

 

Sair de um ciclo, e passar para outro nível, é um movimento de fechamento e ampliação de fronteiras, concluindo situações, relacionamentos e histórias que não mais faz sentido para o nosso crescimento e amadurecimento.

 

Saía da sua zona de conforto, adentre solenemente outros horizontes, novas aprendizagens, novas visões de vida, isso se torna inegociável frente às demandas, vivências e experiências que temos que vencer.

 

Aprenda a cruzar desertos com sabedoria e graça, sim, podemos atravessá-los e aprender lições especiais de vida, lições necessárias e úteis, para descortinar novas perspectivas, mas é vital encerrar ciclos de vivência, que por mais que procrastinamos, chega um momento em que devemos encerrar essa etapa da vida. 

 

É preciso coragem, força e fé, porque assim iremos avançar em obediência, abandonando pedras de tropeço, que impedem a renovação e leveza de espírito.

 

O passado algumas vezes é um grande cativeiro, que nos cega e obscurece vislumbrarmos novas posições.

 

Avante! Avance para o novo tempo com ousadia em seu presente, em seu aqui e agora, se desvincule de tudo que não tem mais sentido com o seu presente, considerando que também não fará parte do seu futuro.

 

Encerre essas situações e etapas com o coração confiante, perdoe se necessário, deixe lugares e algumas pessoas e siga a caminhada, porque se não deixarmos ir, isso se torna nocivo e impede alcançarmos novos ciclos, que nos impulsionam para frente, e muitas vezes, não crescemos e avançamos é porque estamos presos ao passado e nos recusamos a renovar e amadurecer enquanto pessoa.

 

Faça uma saída triunfal, amorosa, com delicadeza, assim como foi sua entrada, saía com educação, seja leve, despeça se possível e agradeça a oportunidade.

 

Muitas vezes não será fácil encerrar nossos contatos com algumas pessoas, e eventos da vida (amizades, trabalhos, relações, ambientes, negócios, etc.), pois deixar coisas e pessoas são tarefas  existências necessárias e exigem um certo grau de  ruptura, uma vez que estas, não poderão continuar a jornada com você, diante de sua nova caminhada.

 

Encerre esses desafios com discernimento, não insista em permanecer atrelado  ao passado, a transição se faz andando para frente, e a sua metamorfose não comporta carregar fardos pesados e desnecessários, portanto, perdoe se necessário for e avance, deixe ir,  pois algumas coisas e pessoas não mais fazem parte de sua vida.

 

Avance na jornada, que muitas vezes será solitária, mas gratificante, com um novo brilho no olhar, vá em paz, com autoridade, grandeza, nobreza de alma e liberdade.

 

Não retroceda em sua caminhada, apenas olhe para trás, para ver o quanto avançou, encerre esse passado com dignidade.

 

Existe um novo lugar para o seu coração, mas para que isso aconteça, é necessário domínio próprio, um dos frutos do espírito, fé em Deus e em suas promessas.

 

Na minha experiência como psicóloga clínica, posso dizer assertivamente, que sou usada para curar pessoas e dar suporte emocional, em áreas na qual fui ferida, e é exatamente nessas áreas que Deus envia pessoas para serem curadas.

 

É um paradoxo, o curador ferido, mas sarado.

 

Sofrimento nos amadurece, mas depende do nosso posicionamento, por isso tire proveito dessa dor, aprenda lições preciosas, fique apenas com as cicatrizes e nunca cultive a amargura, o ressentimento ou a vingança.

 

Feridas necessitam de boa cicatrização, pois feridas mal curadas, ou mal cicatrizadas, sempre doem.

 

Não admita que pessoas toquem suas feridas propositadamente, com a intenção de machucar, mas também não reclame daquilo que você permite.

 

Quando você permite uma boa cicatrização, essa cicatriz autentica sua autoridade nessa área e pessoas serão curadas através de você.

 

Quantas pedras preciosas se escondem sob o cascalho, assim são nossas feridas e situações dolorosas, que trazem em seu bojo, aprendizagem, conhecimento e autoridade.

 

A realidade espiritual é ancorada na fé, que abre nossos olhos e mente para não desistirmos e resistirmos até o fim, e entendermos com quem na verdade é toda essa guerra, pois na Palavra de Deus está escrito: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra o príncipe das trevas desse século, contra as forças e hostes espirituais da maldade, nas regiões celestiais”. (Efésios  6:12).

 

A minha oração hoje, para você, é que Deus te faça um pacificador de almas.

Amém!

 

Dra. Deijone do Valle

 Neuropsicóloga