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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CONSCIÊNCIA E EMOÇÕES: no Câncer de Mama...


 
“Todo homem é, sob certos aspectos,
                                                      como todos os homens
                                                      como certos homens
                                                      como nenhum outro homem”
                                                                      (Kuchhou e Murray, 1953)
 
Ajudar a redesenhar novas possibilidades, desmistificar imagem e conceitos estereotipados do estigma sobre o câncer de mama, é tecer a experiência humana de viver.



Entender os fatores sociais, culturais, individuais e psicológicos do processo de adoecer, buscar a cura, a prevenção, a ressignificação da vida,  é desafiador.

É emergente combater o imobilismo, a auto-limitação, eliminar idéias preconcebidas e de cunho discriminativo, arregaçar as mangas e prosseguir sempre, não desistindo nunca.

Câncer? Tem? Já teve?

Normalmente qualquer doença é vista como negativismo, algo externo, que nos ataca e desorganiza nossa vida, trazendo transtornos de toda ordem.

Partindo do pressuposto de que o medo da morte ciranda a questão do adoecer, é importante dizer que o câncer como doença, possui um forte estigma da morte.

Qual a sua responsabilidade pelo adoecimento?

Se sente uma vítima do destino?

Quando adoecemos, geralmente existe uma possibilidade de reflexão e reorganização no ritmo de nossas vidas.

Ocorrem mudanças em nós mesmos, em nossos relacionamentos, no nosso estilo de vida, e algumas questões emergem ameaçando nossa confiança e comprometendo a segurança.

O que eu fiz na minha vida até agora?

O que me realizou como pessoa?
 
O que me falta?
 
Câncer, por que eu?
 
E nessas especulações, acabamos percebendo que o nosso organismo não está separado de nossas experiências de vida.

Câncer de mama, o que é?
 
Na verdade o nome câncer é um termo genérico  que é utilizado  para uma variedade de doenças caracterizadas por apresentarem alterações nas funções de gens, que são responsáveis pelo crescimento, regulação e amadurecimento, morte e renovação das nossas células no organismo.
 
Câncer de mama é a multiplicação anormal das células da mama, elas vão substituindo o tecido saudável e pode atingir outros órgãos.
 
Aparecem alterações, como nódulos nas mamas e axilas, mudanças no formato, tamanho e bico do seio, com ou sem irritação ou dor local.
 
A pele da mama pode ficar vermelha ou ter o aspecto de casca de laranja ou apresentar secreção no mamilo.
 
O câncer de mama é o segundo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, no entanto homens também podem ter câncer de mama.
 
Através da doença, nosso corpo está dizendo algo a nosso respeito e a respeito da nossa vida.
 
Os seres humanos gostam de receber boas notícias e receber um diagnóstico de câncer, geralmente nos abate, nos estressa e traz angústia emocional.
 
Quando ouvimos que o diagnóstico é câncer, basicamente já nos vemos deitadas no caixão... só pensamos em  morte...sentença de morte!
 
O câncer de mama tem cura, o agravante é quando o tumor só é detectado em estágio tardio.
 
A prevenção é uma medida importante na detecção de nódulos, pode ser através da mamografia  que ainda é a melhor técnica  para o diagnóstico, permitindo visualizar nódulos não palpáveis e detectar a doença em seu estágio inicial, aumentando consideravelmente a probabilidade de cura.

O que causa o câncer de mama?
 
Ainda é desconhecida, mas o histórico familiar é um fator influente, assim como a menopausa tardia (após os 50 anos), a primeira gravidez após os trinta anos, a nuliparidade (não ter filhos), e outros fatores de risco como o  consumo excessivo de álcool, cigarros, predisposição genética, estilos de vida, hábitos alimentares e condições ambientais.
 
Existem ações preventivas que também funcionam como fatores de proteção, praticar atividades físicas, amamentação, controle  do peso corporal entre outras.
 
É preciso desmistificar o fato de que todos os pacientes com câncer sofrem muitíssimo e tem morte dolorosa, naturalmente tristeza e pesar são reações que observamos, seja no diagnóstico, durante e após o tratamento.
 
Dependendo do feitio pessoal vai da tristeza até um transtorno de adaptação do tipo depressivo ou até uma depressão maior.

Geralmente surgem sentimentos de insegurança, medo, inconformismo, gerando no paciente e nos familiares um desânimo frente esta realidade dura de se enfrentar.

O câncer de mama atinge a feminilidade da mulher, sua auto-imagem e a própria sexualidade.

Mamas é um símbolo extremamente narcísico, pois simboliza a identidade feminina, tanto da maternidade, sexualidade, segurança e refúgio e também como o primeiro objeto de amor entre mãe e filho.

Somos uma unidade mente-corpo e naturalmente as alterações fisiológicas acompanham os componentes emocionais e geralmente as reações dos pacientes frente ao diagnóstico, são também representações de seu mundo interno, o qual sofre influência de sua história de vida, do contexto familiar e social.

É relevante observarmos os estados emocionais do paciente porque de certa forma estes refletem bem ou mal as modificações funcionais, biológicas e orgânicas dos indivíduos.

Podemos até inferir que uma doença de certa forma expressa situações de crise, sendo a mesma uma expressão máxima de algo não resolvido do ponto de vista de crise existencial, é o como, o indivíduo responde organicamente uma situação traumática ou conflituosa, através do adoecer.

Geralmente o adoecer é um dedo apontando para os nossos sentimentos de imortalidade e onipotência.

Deve-se manter a rotina, os afazeres do cotidiano, pois o mundo em que vivemos é formado por alegrias, tristezas, vitórias, derrotas, saúde, doenças, vida e morte.
 
Ainda temos que levar em conta as variáveis individuais da personalidade, crenças, cultura, e até o apoio disponível e condições sócio- econômicas.
 
Vivenciar a dolorosa experiência de um câncer, apesar de difícil, muitas vezes tem contribuindo para um importante desenvolvimento pessoal e interpessoal.
 
É exatamente em momentos difíceis do nosso mundo real, é que aprendemos e amadurecemos, e o câncer, assim como todas as outras doenças, faz parte do mundo real.
 
É importante levar avante o tratamento, seja cirúrgico, quimioterápico ou radioterápico ou a combinação desses tratamentos.
 
Um mulher mastectomizada, que teve um ou dois seios retirados, pode sentir-se inferiorizada e até mesmo inadequada em relação à sua aparência, em um mundo que valoriza e prioriza a exposição do corpo e a beleza, mais do que a saúde.
 
Diante de um quadro de ameaça à vida, questões de beleza e meramente estéticas passam para um segundo plano e o que ganha realce é a recuperação da saúde, superação da ansiedade em relação à morte e recidiva do câncer, levante uma bandeira pela vida.
 
Que avaliação você faz de si? Medrosa? Independente? Corajosa?
 
Desconfiada? Indefesa? Persistente e bem-humorada?
 
Olhe-se no espelho... se encare de frente... o que vê?
 
Identifique suas forças... escolha a assertividade, decida qual é o seu valor.
 
Pare de destruir padrões saudáveis, deixe o sedentarismo, deixe o alcoolismo, deixe o cigarro e tantos outros hábitos nocivos.
 
Não cultive a culpa, mas procure ter consciência de si mesmo e você será capaz de reagir, ou pelo menos tentar.
 
Escolha a atitude que você terá, ela fará toda a diferença, peça ajuda para compreender suas dúvidas e se reorganize a partir da própria doença.
 
Sorria! O riso é um bom ponto de equilíbrio interno, funciona até como defesa, um apoio inestimável para nossos apuros, assim como as lágrimas.
 
A ciência vem avançando na luta contra o câncer, no entanto ainda é uma doença de grande impacto e sofrimento, exigindo terapêutica imediata e condutas multidisciplinares e de alta complexidade.
 
É também enorme o impacto financeiro, e os conflitos emocionais decorrentes da singularidade de cada sujeito.
 
 
As condutas terapêuticas englobam suporte para reorganizar a vida com a sua factível impermanência ou im(possibilidade).
 
Como enfrentar tantas incertezas?
 
A indefinição em relação à cura, o fantasma da recidiva, o impacto do diagnóstico e o enfrentamento da doença, são fatores peculiares a cada pessoa diante da finitude, ou seja, nos coloca cara a cara com a morte, uma possibilidade constante em nossas vidas.
 
As fantasias do paciente no sentido de ter uma morte iminente, as motivações subjetivas, o grau de adaptação frente às limitações decorrentes do tratamento, são fatores que devem ser analisados na construção das estratégias de intervenção no mundo físico e psicológico de cada um.

Paro por aqui, por enquanto, e diante de tantas limitações, não é difícil profetizar a transitoriedade da vida e o caráter provisório de nossos corpos.

 
Deijone do Vale
Neuropsicóloga


domingo, 10 de novembro de 2013

O CHEIRO DAS MANDRÁGORAS: a onde foi o amor?




Para você,
 Que me disse que os dragões não existiam, e depois me levou até suas tocas...

Mandrágoras? Sim, mandrágoras... uma planta fascinante e que desperta o meu imaginário.

Sempre me surpreendeu as citações bíblicas sobre as mandrágoras nos Livros de Gênesis  (30:15) e em Cantares (7:13).

Que coisa! Trocar mandrágoras por uma noite com Jacó... Léia e Raquel...  esposas...

Para que serviriam as mandrágoras para Raquel?
Abdicou-se de seu direito daquela noite com Jacó e trocou-a pelas Mandrágoras de Léia...

A onde foi o amor?

O nome hebraico para mandrágoras é “dudhaim”, formado pela mesma raiz da palavra hebraica: amor...

Bem, mandrágoras são plantas originárias da região do Mediterrâneo e são-lhes atribuídas propriedades medicinais.

Consideradas afrodisíacas, algo que restaura ou excita a energia sexual, é também alucinógena, pois provoca falsas percepções, ilusões e fantasias.

Dizem que mandrágoras tem efeito analgésico, produzindo analgesia, suprimindo a dor.

Será que Raquel sentia dor? Ou só queria gerar filhos?
Mandrágoras... tem  propriedade narcótica, produz narcose, induzindo ao sono e ao relaxamento muscular.

Uma planta no mínimo fantástica: afrodisíaca, analgésica, alucinógena e narcótica.

Imagino que sua citação no Livro de Cantares refere ao seu perfume, um odor inconfundível e talvez pela sua raridade.

Certamente receber Mandrágoras expressasse uma declaração de amor, da nossa versão moderna de oferecer rosas vermelhas para quem amamos.

Que planta é essa que despertaria tanto desejo em Raquel ao ponto de negociar uma noite com Jacó?

Suas citações nos textos bíblicos estão relacionadas, à romance, fecundidade e paixão.

Será? Shakespeare também a citou em Romeu e Julieta. É o narcótico bebido por Julieta...  esta ficou como morta...

Como será o cheiro das Mandrágoras? A onde está o amor?

E quando o assunto é sexo e amor,  pode apostar, outros fatores invadem o contexto e ganham contornos astronômicos, triplicando preconceitos e outras normativas que regem este reino.

Já viu coisa mais cruel: desejar algo, mas não suportar aceitar esse desejo? É o limite dos limites,  o preconceito consigo mesmo.  Auto-imposição?

Pense... Viver a vida com o pesado fardo da autocrítica, remoendo conflitos que bloqueiam o querer e congelam sentimentos.

Quer saber mesmo? Se você se perguntar se vai dar com os burros n’água, por exemplo, ao se apaixonar por alguém bem mais jovem, a resposta é: certamente!

Por quê? Porque relacionamento é algo que pode ser horrível ou muitíssimo bom, não é necessariamente a idade cronológica dos parceiros, é muito mais, é a maturidade dos envolvidos.

A vida não é uma equação perfeita e nem dá para ter garantias exatas, ou matematicamente calculada.

E se você se apaixonar por alguém cujas características esbarram em seus preconceitos?

Aí está uma excelente oportunidade de resolver suas dúvidas, que por sua vez, se contrapõe às regras, tabus, métodos, repressões, algemas e outras prisões.

Possivelmente, você irá se abrir para o surpreendente.
Logicamente, não iremos ignorar intuições e percepções sobre o outro, como irresponsabilidades, falhas morais e de caráter, ou qualquer constatação desfavorável que comprometa a essência, mais isso nada tem a ver com cronologia, afinal alguém já afirmou: “amor não tem cor e nem idade”.

Você é refém do tempo?  Medo de se arriscar? É... brincar com facas pode ser perigoso.

Reavalie suas crenças e não fique paralisado, você pode fugir sim, mas se decidir pagar para ver,  correrá um sério risco, o de ser tremendamente feliz.
Você é livre para pensar e sentir?

Cuide  de seus pensamentos, eles determinam registros de memória e alicerçam as bases de sua personalidade.

Nossos transtornos emocionais, nossas rejeições, perdas, conflitos, estresse, frustrações, são zonas de tensão que bloqueiam e aprisionam nossas emoções.
Quantos registros doentios ficaram em nossa memória emocional?

Quantas algemas estão cravadas em nossa alma? Culpa? Vergonha? Raiva? Medo? Insegurança? Ansiedade? Revolta?

São nossas emoções encarceradas em algum porão sombrio da mente.

Construímos muralhas psíquicas em lugares inacessíveis e reprimimos nossas vontades.

Condensamos em nosso mundo interno, momentos de des-continuidade, reproduzindo um conformismo pesado.

No entanto, a nossa imaginação é capaz de atravessar qualquer prisão, e a face humana revelar muito mais do que é possível tentar esconder.

Escolha! Um carrasco interno?  Ou liberdade?  

Quem  somos?  Quem  queremos ser? Com quem andamos? Qual é a oportunidade de hoje?  Superação?

Para você alguém é um fracasso quando... e  aí?
Como disse Charles Spurgeon:: “Não sejas todo açúcar, pois o mundo te tragaria; não sejas todo vinagre, pois o mundo te vomitaria”

Ser como as  mandrágoras: adormecer, fazer sonhar, relaxar, acalmar a dor e por fim revigorar.

É interessante observar como o amor e o desejo sexual ativam áreas específicas do nosso cérebro, particularmente a ínsula.

Ocorrem mudanças na bioquímica cerebral, desde que olhamos para quem gostamos, nos aproximamos, sentimos o cheiro e até nos conectamos com indivíduos que possuem uma identidade imunológica parecida com a nossa.

Viver um grande amor para sempre, é a suprema graça. Um amor “ad eternum”.

Pesquisas das neurociências revelam uma espécie de “mapa amoroso” em nosso cérebro, idêntico aos dos arganazes e cisnes que mantêm os mesmos parceiros por toda a vida. O  problema é que são poucos a encontrar tal mapa.

Claro que cultivar uma paixão saudável depende também de outros fatores, como a capacidade dos parceiros se olharem “olhos nos olhos”, cultivar o bom humor, e perdoar.

Perdoar? Sempre...  absolutamente perdoar.
E nada de relativizar as dificuldades, mas manter uma disposição mental de total comprometimento com o outro.

Apaixonados liberam maiores quantidades de dopamina que ativam os centros de recompensa dos circuitos neurais, produzindo prazer, uma sensação fisiológica inconfundível de satisfação e plenitude emocional.

E finalmente, não vemos o que vemos, vemos o que somos:  é por isso que o teu amor me fascina!


Deijone do Vale
Neuropsicóloga

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Autoestima e Saúde - Palestra Ministrada na AGU

Unidades da AGU em Goiânia realizam evento em homenagem ao Dia do Servidor Público


Data da publicação: 04/11/2013

A Procuradoria da União juntamente com a Consultoria Jurídica da União e a Escola da AGU em Goiás prestaram homenagem aos servidores em comemoração ao Dia do Servidor Público, 28/10.

A homenagem teve início com uma exposição musical, acompanhada de "acordeão" executada pelo Músico Marcos Vinicius Galvão Pereira, oportunidade em que os servidores puderam aprender sobre a origem desse instrumento milenar e cantar músicas de raiz como Asa Branca, de Luiz Gonzaga, Mandacaru, Chalana e outras da cultura brasileira.

Em seguida, os servidores participaram da palestra com o tema "Autoestima e Saúde", ministrada pela Neuropsicóloga Dra. Deijone do Vale Morais, momento oportuno para uma reflexão pessoal e a respeito das diferenças de cada indivíduo, principalmente no ambiente de trabalho.

Após a palestra, os servidores presentes cantaram os parabéns e confraternizaram com um lanche especial.

"Queremos destacar o espírito de participação tão marcante que envolveu cada um dos presentes, formando um ambiente alegre e descontraído. Não poderia ser diferente! Afinal aquele foi um momento especialmente preparado para todos nós", disse a servidora Rosilene Pinto de Lima Silva.


Para maiores informações acesse site oficial AGU