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sábado, 25 de agosto de 2012

Cérebro e Mente - Computador Vivo





“Como os homens são belos! Admirável mundo novo que tem tais habitantes!”
William Shakespeare – A Tempestade.







Sempre gostei de Shakespeare pela sua capacidade de compreender e expressar a natureza das paixões humanas, observador agudo das forças obscuras que os humanos exprimem através do ódio, traições e também da beleza, do amor cantado em prosa e verso.

Nascemos, desenvolvemos doenças, sofremos e por fim morremos. Dor e sofrimento se mesclam diante da morte, diante das doenças das quais a carne humana é herdeira. O que dizer, então das doenças mentais, principalmente que são fonte de estigmas, mal compreendidas, pouco sabemos sobre elas e menos ainda o que fazer.

Todos conhecemos alguém com Depressão, Esquizofrenia, Mal de Alzheimer e estas são assustadoras, pois afetam o cérebro e consequentemente o seu produto, a mente.

As doenças mentais são aqueles monstros que tememos enfrentar, preferimos fingir que elas não existem.

A boa notícia é que há esperança, existe esperança para a doença mental que afeta pessoas comuns como você e eu.

Existem atualmente medicamentos que oferece bons resultados e a psicoterapia também tem um papel de relevância no tratamento, e ambos (fármacos e psicoterapia), afetam as funções da mente e consequentemente do cérebro, este “computador vivo”, poderoso que todos os humanos carregam sobre seus ombros pela vida toda.

 O nosso cérebro pesa pouco mais de um quilo e recebemos apenas um, mas é maravilhoso.

Forma e função (cérebro e mente), pensar e sentir, e o que dizer do nosso sistema de comunicação, da fala, da memória, do riso e este é singularmente humano.

Hipócrates o pai da medicina expressou tão bem: “Os homens devem saber que do cérebro e apenas do cérebro, nascem nossos prazeres, alegrias, risos e gracejos, assim como nossas tristezas, dores, mágoas e temores. Por meio dele, em particular, pensamos, vemos ouvimos...”

O que nos define como seres humanos está na essência do nosso cérebro, compreendê-lo é compreender a nós mesmos.
Quando decidi ser psicóloga na década de 1980, o que me motivou foi o desejo de entender as doenças mentais como a esquizofrenia, as demências e a depressão, por serem tão desafiadoras.

A  alguns anos atrás ser portador de doença mental era como colecionar esqueletos escondidos no baú.

Ainda hoje é necessário combater essa compreensão errônea das doenças mentais, acabar com o estigma, afinal estamos na era do genoma, é tempo de mudança, é tempo de ampliarmos a nossa visão, é tempo de tornar esse mundo um lugar melhor para se viver. 

Admirável mundo novo!


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