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terça-feira, 4 de setembro de 2012

PERSONALIDADES PSICOPÁTICAS



Você sabe o que são personalidades psicopáticas?

Bem,  são manifestações do comportamento de indivíduos que apresentam ainda que por motivos discutidíssimos, um desvio quantitativo de sua personalidade. Geralmente este desvio  é desde a infância e acompanha todo o ciclo vital da pessoa.

O psicopata, não apresenta  alterações qualitativas nos processos intelectuais, afetivos e volitivos.

Eu poderia dizer que tudo que existe  no psicopata, existe também na pessoa considerada  normal, a distinção que faço é em termos de proporção, ou seja de grau, exemplo disso, seria a personalidade psicopática criminal, onde existe uma escassez de valores morais e éticos, associados a uma acentuada agressividade e impulsividade, cujo resultado seria a conduta anti-social.

Estas personalidades psicopáticas variam ao extremo, o que evidencia em todas, são suas reações inadequadas frente a determinadas situações criando conflitos que por fim se revelam em sofrimento para outros e para a sociedade.

São aqueles indivíduos que não olham os meios para obter determinado fim e os seus fins são também discutíveis, alguns são extremamente dominadores, outros passam a vida toda se apoiando em muletas humanas para se beneficiarem.

Existe nestes indivíduos um nível de tolerância muito baixo em relação à frustração, que chega a nos surpreender, o seu querer é de uma intensidade assustadora, no entanto o psicopata só recorre a comportamentos criminosos, quando não consegue o que deseja por outros modos.

Desde a mais tenra infância chama a atenção uma anestesia afetiva em seus relacionamentos, rebeldia a figuras de autoridade, agressividade, impulsividade, capacidade de dissimulação, tiranização  dos mais fracos, suplício de animais, atos de covardia, depredação de bens públicos e particulares, impulsos incendiários, tudo isto parece proporcionar-lhe um prazer mórbido.

Chama-nos a atenção a falta de auto-crítica, a   falta de integração emocional dos valores morais, sociais e educacionais (normas, costumes, conceitos éticos).

Mente, rouba e mata se achar necessário, este feitio amoral permeia toda a sua vida pessoal.

Apresenta um freqüente descontentamento e irritabilidade, e tem sérias dificuldades em manter relações estáveis e construtivas, pois  em geral carecem de sentimentos de valores (senso de responsabilidade, honra, respeito aos sentimentos e interesses alheios).

Você deve estar aí se perguntando: Eles  já nascem assim?

Veja, as averiguações etiopatogênicas da psicopatia são variáveis, mas é fato que um ambiente desfavorável, como pobreza, lares desfeitos, ilegitimidade e defeitos educacionais, como um pai excessivamente autoritário, uma mãe extremamente tolerante e que satisfaz todos os desejos, é possível que o resultado seja um psicopata.

Há relatos na clínica médica de casos de encefalite e psicopatia, são quadros pós-encefalíticos e desvios de conduta, indicadores de prejuízo das funções de auto-crítica.

A verdade é que esta questão sobre a etiopatologia da psicopatia, permanece aberta às discussões e pesquisas.

A orientação freudiana para a psicopatia, a explica como resultado da falta de internalização do superego (um dos componentes da estrutura psíquica, responsável pelo nosso conceito de “certo” ou “errado”, ou seja, o superego representa a herança sócio-cultural).

Leopold Bellek já dizia: “um continum biopsico-sociológico, que vai da extrema organicidade à extrema psicogenicidade”.

É ai que você me questiona: Psicopata se regenera?

Bom, regeneração é algo que psicopata não assimila emocionalmente, não se observam em psicopatas sentimentos de culpa, suas racionalizações  justificam a seus olhos a conduta criminosa.

Quando privados de liberdade ou encarcerados, acentua-se a sua revolta contra a sociedade que o pune por um crime, pelo qual não se sente responsável.

Atenção especial se deve dar às relações humanas dos psicopatas, são superficiais, e  quando profundas, revelam-se intensamente destrutivas, pois são totalmente egocêntricos.

O prognóstico de psicopatia é sombrio e grave, comporta sempre um difícil teste para psiquiatras, neurologistas  e psicólogos, e mais uma vez Freud vem em meu socorro: “Saber aceitar frustração ainda é uma condição essencial para a sobrevivência emocional e uma garantia de bom ajustamento interpessoal”.

Colocar limites para nossos filhos é fundamental! 



8 comentários:

  1. Dra. Deijone seus artigos são excelentes, com informações muito interessantes e esclarecedoras. Parabéns!

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    1. Obrigada Lídia, é um prazer tê-la como leitora de meus artigos.

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  2. Dra. Deijone, como sociólogo que sou reconheço a genialidade do seu artigo. Parabéns.

    Nonato Beckman

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  3. Deijone, gosto muito de ler seus artigos, sempre bem escritos e ricos de informações. Obrigada por dividir seus conhecimentos com tanto carinho! Um grande abraço! Kariny Rezende.

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  4. Excelente artigo. Sera muito util para as pessoas que desejam entender esta doença, e oportunidade de interagir com quem estudou o assunto. Parabens. Dra Sonia Regina

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  5. Deijone, Otimo artigo, você escreve bem seus artigos, ricos em informações. Parabéns. Ezequiel Alves

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  6. Obrigada Ezequiel!
    Seja bem vindo.

    Deijone do Vale

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  7. Dê, que ótimo artigo! Elogio não só o conteudo, mas também as citações, a maneira universal da escrita e a objetividade junto com a clareza. Parabéns por este artigo íncrivel!

    Um abraço de um amiguinho de Brasília!

    Caio.

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